sábado, 16 de janeiro de 2010

não há monstros no armário

cerro os olhos para guardar o sal cá dentro
fecho as mãos nas palmas manchadas de sangue
trago os joelhos à barriga inquieta
chorei, não choro mais. Nunca

mais
tarde, tarde de mais. Não vou a
tempo de emendar nada disto
o armaário cheio, cheio de tudo que tenho
para fazer, ontem e anteontem.
Não digas nada, faz de conta que tudo é normal
Tenho que sair e acenar
nas escadas que descem da minha porta
aceno e sorrio
como o presidente recém-chegado
que destruiu tudo sem arrependimento
arrependo-me com sorrisos falsos


junto os dedos na palma da mão
cravo as unhas na carne mole
faço os punhos voar no vazio
encho os pulmões
choro, outra vez.

1 comentário:

Anónimo disse...

Viagens do Poeta
mamy