quarta-feira, 20 de junho de 2007

Verde

Se ouvires o mundo a vencer
deixa no chão a tua vitória
guarda a derrota no teu ser
e lava os olhos da glória

Se entrares no comboio da desgraça
não leves lágrimas na bagagem
entristece-te em plena farsa
mas brilha-te em sorriso toda a viagem

Não te comovas com o mundo
guarda-te bem no teu interior
não te reveles por um segundo

Faz de ti um verde flor
guarda o vermelho lá no fundo
e ignora se tudo o resto perde a cor

Fado

De dentro de um quarto quadrado
encho de negro todo o meu fado
deixo que se decomponha o estado
e dedilho-me todo num bordado

Do fundo de um crânio fechado
queimo em gasolina todo o meu fado
escondo o me coração recortado
e faço do peito um verde prado

Da réstia de um ser cerrado
faço renascer todo o meu fado
revisto o peito de contraplacado

Do interior de um ser renovado
passa a ser brilhante todo o meu fado
e no caminho não há cor senão dourado