quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fazer voar nos meus dedos
uma fénix de papel,
enquanto no ar voa um piano
de notas tímidas. De negro
nas mãos escrevo a carvão
desenhos de flores pretas
no branco. O cabelo ondula
no vento, tempo de o cortar.
O vento, o tempo, o cabelo pode ficar.
Inquieto respiro silente.
Faço parar o tempo,
faço parar o vento,
deixo o cabelo no ar.
Fecho os olhos
olhando o céu nublado do meu quarto,
respiro silente e inquieto.
As mãos ainda a voar no som
do piano ou de uma guitarra talvez.
A fénix arde lentamente
ao fundo da minha cabeça.
Silente, inquieto,  respiro.   

sábado, 24 de outubro de 2009

3

Do inverno que pode chegaer
Lembrei que lhe tenho medo
Medo do escuro de me esquecer
Medo do tempo de não escrever
Faço cair os dedos nas letras
No sonho que tudo faça sentido
Leio poemas doutros poetas
Na esperança de não me ter esquecido
Três para me dar sorte
No recomeço entorpecido
Desculpem o mau cantar
E a voz enrouquecida