domingo, 16 de julho de 2006

Marca-me

Tatua o teu sorriso,
rasga o teu coração,
deixa no céu a marca
do que um dia foi o amor.

Larga em mim os teus gestos
Deixa em mim o teu calor
Faz de nós sonho
Faz de ti o mundo

Farta-te de tudo,
irrita-te com as ruas
deixa-te povoar de medo
chora em segredo
Esmaga a almofada
esmurra a parede com lágrimas
mas usa o meu sorriso
para curar tudo que arda.


Sorri agora comigo
espalha no vento os teus dedos
deixa que sol te pouse na face
faz os teus olhos luzir para todo o lado
Voa na areia de saia branca
e nada no mar de vestido preto
senta-te nesta pedra
e espera o meu braço quente.


Chama-me a toda a hora
deixa-te em mim para sempre
faz de um dia toda a vida
faz com que seja sempre.
Não largues nunca a minha mão
nunca me ocultes o teu olhar
oferece-me sempre o teu sorriso
dá-me a beber as tuas lágrimas.

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Alguém como tu

Enquanto caminho penso,
em tudo que quero ser pra ti,
e sorrio em silencio,
e deixo-me ir
Mais vale aproveitar a viagem
sem pensar no destino,
saborear cada miragem,
a sentir o teu doce sorriso.
Por isso desespero pelo teu beijo,
por isso me ajoelho
pelo cerrar de olhos
e o viver dos meus sonhos
Abri-los e ver-te tão perto
sentir o teu cheiro tão certo.
E quando os lábios se soltarem
sentir o teu suspiro correr-me no peito
sentir os teus olhos tão fundos
deixarem-me assim sem jeito.

De alguém como tu
não posso desistir
de uma paixão como a tua
eu não posso
fugir

Por ti espero sentado
naquele banco de jardim
que tantas vezes te trouxe
para perto de mim
Aqui fico a ver o rio passar
caminhar lentamente para o mar
porque hoje é primavera,
e eu não tenho a minha flor
sou uma noite de verão
a quem tiraram o calor.
Quando vieres traz a tua mão
para junto desta que se estende
vem descobrir no chão
uma paixão que vai crescendo.

De alguém como tu
eu não posso desistir
de uma paixão como a tua
eu não posso
fugir

Não posso fugir, não posso fugir
isso seria
deixar de existir.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

*

Beijo:
Beijar,
Beija-me!
Beijamo-nos?
Beijar-te.
Beijo...

terça-feira, 4 de abril de 2006

Ser o teu sorriso

Um olhar, um sorriso manchado
uma voz que nos aquece,
uma especie,
de dor, de um calor
que não sai, não vai,
fica para sempre a rebolar,
a morar,
no centro, por dentro.
Mesmo que queiras
não sentir, lutar,
travar uma batalha que
cansa e não avança,
que teima em não acabar.
Ganhar ou perder já não importa
só que tu não fiques morta.
Não quero esquecer o teu nome,
desistir sem saciar esta fome,
virar-te eternamente as costas,
e nunca mais saber se gostas,
de mim, de ti, do mundo
do que trazes lá no fundo.

Deixa-me ser o teu sorriso
deixa-me ler a tua mão
na minha...


O vento, o tempo,
que passa, que amassa,
sem te ouvir falar,
a mão que doi por não te tocar,
os lábios dormentes,
presos com os dentes,
gelados, quebrados,
perdem até as palavras,
rachadas, quebradas,
escondem-se na vergonha,
que doi e moi
e fica a arder no peito,
sujeito,
a perder a tua companhia,
a melancolia
que acorda, e fica,
sem me deixar sonhar.

Deixa-me ser o teu sorriso
deixa-me ler a tua mão
na minha...