terça-feira, 4 de abril de 2006

Ser o teu sorriso

Um olhar, um sorriso manchado
uma voz que nos aquece,
uma especie,
de dor, de um calor
que não sai, não vai,
fica para sempre a rebolar,
a morar,
no centro, por dentro.
Mesmo que queiras
não sentir, lutar,
travar uma batalha que
cansa e não avança,
que teima em não acabar.
Ganhar ou perder já não importa
só que tu não fiques morta.
Não quero esquecer o teu nome,
desistir sem saciar esta fome,
virar-te eternamente as costas,
e nunca mais saber se gostas,
de mim, de ti, do mundo
do que trazes lá no fundo.

Deixa-me ser o teu sorriso
deixa-me ler a tua mão
na minha...


O vento, o tempo,
que passa, que amassa,
sem te ouvir falar,
a mão que doi por não te tocar,
os lábios dormentes,
presos com os dentes,
gelados, quebrados,
perdem até as palavras,
rachadas, quebradas,
escondem-se na vergonha,
que doi e moi
e fica a arder no peito,
sujeito,
a perder a tua companhia,
a melancolia
que acorda, e fica,
sem me deixar sonhar.

Deixa-me ser o teu sorriso
deixa-me ler a tua mão
na minha...

Sem comentários: