Os dedos voltam a fazer sentido
Escrever entre esta estática
Escutar este e cada estalido
Estática, estática, estática
Expirar de dentro este ruido
Subir descer respirar a estática
Poeirento, sujo, escondido
Vejo estrelas na estática
Esperando vejo-me perdido
A voar o cinzento da estática
Serpenteia dentro do ouvido
Eterna e permanente estática
O silêncio para sempre perdido
De tanto navegar esta estática
O som incolor ficou desenxabido
Sente-se até no peito a estática
A desfazer o coração já moído
terça-feira, 18 de novembro de 2008
sábado, 31 de maio de 2008
Cor Amor Mundo Vida
És o vermelho do meu coração
Pintas em mim a tua cor
Choves em mim o teu amor
deixas-te espalhar pelo meu chão
És o azul do meu mar
sal, água, profundidade
risos, beijos, felicidade
És a vida no meu olhar
És o verde do meu campo
relva molhada de Março
respirar, imenso, espaço
És a canção que sempre canto
És o branco das minhas nuvens
nelas desenhas flores e libelinhas
com elas escorres nestas linhas
és o mais precioso de todos os bens
És o cor-de-rosa dos meus sonhos
O sol e alegria da minha vida
mostras-me uma nova rua perdida
onde me encontro sem fantasmas medonhos
És cor
amor
mundo
vida
Pintas em mim a tua cor
Choves em mim o teu amor
deixas-te espalhar pelo meu chão
És o azul do meu mar
sal, água, profundidade
risos, beijos, felicidade
És a vida no meu olhar
És o verde do meu campo
relva molhada de Março
respirar, imenso, espaço
És a canção que sempre canto
És o branco das minhas nuvens
nelas desenhas flores e libelinhas
com elas escorres nestas linhas
és o mais precioso de todos os bens
És o cor-de-rosa dos meus sonhos
O sol e alegria da minha vida
mostras-me uma nova rua perdida
onde me encontro sem fantasmas medonhos
És cor
amor
mundo
vida
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Luz
Não prendas ao chão essa felicidade
Não abdiques nunca da tua liberdade
deixa a euforia no andar aos saltinhos
salta e não te importes com os vizinhos
Se os teus impulsos se tornarem escuros
São nadas, pequenos acidentes inseguros
não chegam a manchar a tua brilhante luz
que até a mais enegrecida das faces seduz
Guarda bem o teu interior
Usa sempre a tua alegria
Interioriza menos a tua dor
Grita ao vento o novo dia
Une-te aos laços do amor
Imprime em todos a tua magia
Não abdiques nunca da tua liberdade
deixa a euforia no andar aos saltinhos
salta e não te importes com os vizinhos
Se os teus impulsos se tornarem escuros
São nadas, pequenos acidentes inseguros
não chegam a manchar a tua brilhante luz
que até a mais enegrecida das faces seduz
Guarda bem o teu interior
Usa sempre a tua alegria
Interioriza menos a tua dor
Grita ao vento o novo dia
Une-te aos laços do amor
Imprime em todos a tua magia
terça-feira, 20 de maio de 2008
Vou escrever o mundo inteiro
Amor desejado
espelho quebrado
tempo estragado
num fim esperado
o corpo esgotado
respirar cansado
de olhar molhado
sorriso congelado
perdido num fado
Ah!Como o peito teme!
como este corpo geme!
A lembrança dela treme
e o coração se expreme
e no peito se grava um M
Vou escrever o mundo inteiro
espalhar as letras pelas cabeças do mundo
tingir nas palavras todas as nações
gravar no universo um poema perfeito
espelho quebrado
tempo estragado
num fim esperado
o corpo esgotado
respirar cansado
de olhar molhado
sorriso congelado
perdido num fado
Ah!Como o peito teme!
como este corpo geme!
A lembrança dela treme
e o coração se expreme
e no peito se grava um M
Vou escrever o mundo inteiro
espalhar as letras pelas cabeças do mundo
tingir nas palavras todas as nações
gravar no universo um poema perfeito
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Ser Outro
Ontem quis ser pintor, actor
quis deixar as palavras de lado
ser realizador, cantor, performer
não precisar de parágrafos nem pontos
pousar as palavras na secretária
e escrever com tintas ou filmes ou notas
mas o que são notas se não palavras
o que é a vida se não uma palavra
gigante
e por isso guardo nos dedos
o gosto de novo de ser palavras
de cantar, filmar, representar
palavras de mim
fazer delas notas, planos, cores
e fazer de mim todos esses escritores.
quis deixar as palavras de lado
ser realizador, cantor, performer
não precisar de parágrafos nem pontos
pousar as palavras na secretária
e escrever com tintas ou filmes ou notas
mas o que são notas se não palavras
o que é a vida se não uma palavra
gigante
e por isso guardo nos dedos
o gosto de novo de ser palavras
de cantar, filmar, representar
palavras de mim
fazer delas notas, planos, cores
e fazer de mim todos esses escritores.
domingo, 13 de abril de 2008
Receita
Corta-se o vento
em pesados urros
tritura-se o tempo
juntam-se sussurros
Espalha-se o medo
Desfaz-se a alma
Acaba-se o dia cedo
Agita-se bem a calma
Cobre-se toda a luz
Coze-se o corpo inteiro
e o panico que produz
Enfeita-se com receio
Corta-se às fatias em cruz
e esmurram-se no meio
em pesados urros
tritura-se o tempo
juntam-se sussurros
Espalha-se o medo
Desfaz-se a alma
Acaba-se o dia cedo
Agita-se bem a calma
Cobre-se toda a luz
Coze-se o corpo inteiro
e o panico que produz
Enfeita-se com receio
Corta-se às fatias em cruz
e esmurram-se no meio
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Negro e Solitário
eixaste-te partir num comboio
e eu não sei do teu sorriso
ainda ontem o teu peito
sonhava o mesmo sonho
tão negro e solitário
Deixas as palavras guardadas
num livro, numa arca fechada
e o calor do teu olhar quente
foge e eu gelo-me para sempre
num poço negro e solitário
Os meus olhos são poços fundos
os meus olhos são globos imundos
os meus olhos secam-se e choram
os meus olhos ficam negros e coram
num sono negro e solitário
Ainda não acordei da manhã
de inverno que se instalou
ainda não soube olhar
sem a lágrima toldar-me a vista
sem o amor negro e solitário
Deixa-te ficar na inércia do sentir
deixa-te sonhar no sono sem sonho
deixa-te cair na almofada dura e seca
deixa-te usar como instrumento sem uso
tu que sou eu, negro e solitário.
e eu não sei do teu sorriso
ainda ontem o teu peito
sonhava o mesmo sonho
tão negro e solitário
Deixas as palavras guardadas
num livro, numa arca fechada
e o calor do teu olhar quente
foge e eu gelo-me para sempre
num poço negro e solitário
Os meus olhos são poços fundos
os meus olhos são globos imundos
os meus olhos secam-se e choram
os meus olhos ficam negros e coram
num sono negro e solitário
Ainda não acordei da manhã
de inverno que se instalou
ainda não soube olhar
sem a lágrima toldar-me a vista
sem o amor negro e solitário
Deixa-te ficar na inércia do sentir
deixa-te sonhar no sono sem sonho
deixa-te cair na almofada dura e seca
deixa-te usar como instrumento sem uso
tu que sou eu, negro e solitário.
Little Princess Girl
Do desenho já não lembro a cor
Do sorriso lembro só o calor
É do cantar que lembro o amor
É de ti que eu lembro o interior
Da ida quase não lembro
Só às flores eu entendo
que sequem em setembro
espalhando-se pelo tempo
Ninguém te permitiu fugir
mas a ousadia deixou-te ir
deixou-nos o negro para sentir
Mas o negro não querias
a queimar-nos alegrias
e por isso sorrio, como tu sempre sorrias.
Do sorriso lembro só o calor
É do cantar que lembro o amor
É de ti que eu lembro o interior
Da ida quase não lembro
Só às flores eu entendo
que sequem em setembro
espalhando-se pelo tempo
Ninguém te permitiu fugir
mas a ousadia deixou-te ir
deixou-nos o negro para sentir
Mas o negro não querias
a queimar-nos alegrias
e por isso sorrio, como tu sempre sorrias.
quinta-feira, 27 de março de 2008
Escorre Esconde
Escorre veloz um frio gelado
Esconde-se o calor na lua
Escorre sangue do meu lado
Esconde a minha mão na tua
Esconde os olhos deste fado
Escorre de mim esta dor crua
Esconde-se em mim o pecado
Escorre o sangue na tua rua
Explode no peito o terror
Espalho no chão o respirar
Exsico de mim a dor
Espreme-se a luz do olhar
Exclui-se de mim o amor
Esgana-se a vida no ar
Esconde-se o calor na lua
Escorre sangue do meu lado
Esconde a minha mão na tua
Esconde os olhos deste fado
Escorre de mim esta dor crua
Esconde-se em mim o pecado
Escorre o sangue na tua rua
Explode no peito o terror
Espalho no chão o respirar
Exsico de mim a dor
Espreme-se a luz do olhar
Exclui-se de mim o amor
Esgana-se a vida no ar
terça-feira, 11 de março de 2008
A chuva dos dias
Os dias comem os dias.
Anda mexe-te.
Vai para ali, vem para aqui.
Come,bebe, respira, vive,
escreve, estuda, escravo,
faz, trabalha, atravessa está verde,
dois minutos, João de Deus
sete minutos, Carolina Michaelis
Quem?
Luzes que passam sobre a tua cabeça
que passam ao lado do teu ombro
a cabeça encostada no ombro
corre! desce! sobe! morre!
Próxima paragem, última paragem
ementa para quarta-feira 12 de março
Celi na brasa com reboliço
horário, de trabalho, de estudo
Sono
Acordas na tarde, na noite
e de manha cedo
adormeces
hoje pouco
amanha nada
depois pouco
dormes cedo
cedo demais
Dormes no autocarro
pi-pi-pi-pi
as portas fecham-se
os olhos fecham-se
a mente fecha-se
pi-pi-pi-pi
paragens
paragem
não pares
o sol nasce
e põe-se
tu nasces e nasces e nasces
só te pões no fim
ainda é cedo
acorda
Levanta-te
anda
lá
acorda
Descança
Deixa cair o sono
Afaga-me o cabelo
Quero dormir
Sonhos
Sonhos quentes de verão
Anda mexe-te.
Vai para ali, vem para aqui.
Come,bebe, respira, vive,
escreve, estuda, escravo,
faz, trabalha, atravessa está verde,
dois minutos, João de Deus
sete minutos, Carolina Michaelis
Quem?
Luzes que passam sobre a tua cabeça
que passam ao lado do teu ombro
a cabeça encostada no ombro
corre! desce! sobe! morre!
Próxima paragem, última paragem
ementa para quarta-feira 12 de março
Celi na brasa com reboliço
horário, de trabalho, de estudo
Sono
Acordas na tarde, na noite
e de manha cedo
adormeces
hoje pouco
amanha nada
depois pouco
dormes cedo
cedo demais
Dormes no autocarro
pi-pi-pi-pi
as portas fecham-se
os olhos fecham-se
a mente fecha-se
pi-pi-pi-pi
paragens
paragem
não pares
o sol nasce
e põe-se
tu nasces e nasces e nasces
só te pões no fim
ainda é cedo
acorda
Levanta-te
anda
lá
acorda
Descança
Deixa cair o sono
Afaga-me o cabelo
Quero dormir
Sonhos
Sonhos quentes de verão
terça-feira, 4 de março de 2008
Semi Soneto Sonhador
Quero ser corvo
e logo a seguir morro
Quero ser talvez um estorvo
e logo a seguir corro
Assobiar num poste de iluminação
bater asas e deixar cair penas
fazer uma canção
Quero plantar açucenas
quero que desligues a televisão
destruir o mundo de antenas
e logo a seguir morro
Quero ser talvez um estorvo
e logo a seguir corro
Assobiar num poste de iluminação
bater asas e deixar cair penas
fazer uma canção
Quero plantar açucenas
quero que desligues a televisão
destruir o mundo de antenas
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Cuidado não caias, D.
Lá ao fundo a água lambe a areia
já ela esmaga-a contra o passeio
nos passos desajeitados de baleia
vai abanado os braços em recreio
e tu, assustada, fazes uma cara feia
e torces-me a mão toda em receio
eu sorrio, vendo apenas uma sereia
que ainda não se habituou ao meio
Por onde passa, sorrisos semeia
até na senhora de negro que hoje veio
De tudo que faz escreve-se uma epopeia
e tudo começou bem no teu seio
já ela esmaga-a contra o passeio
nos passos desajeitados de baleia
vai abanado os braços em recreio
e tu, assustada, fazes uma cara feia
e torces-me a mão toda em receio
eu sorrio, vendo apenas uma sereia
que ainda não se habituou ao meio
Por onde passa, sorrisos semeia
até na senhora de negro que hoje veio
De tudo que faz escreve-se uma epopeia
e tudo começou bem no teu seio
Simples
Vem e diz
sorri feliz
sorri comigo
Eu, contigo
vê felicidade
deste lado
pinta alegria
nas paredes do dia
enlaça-me o peito
num abraço perfeito
sorri feliz
sorri comigo
Eu, contigo
vê felicidade
deste lado
pinta alegria
nas paredes do dia
enlaça-me o peito
num abraço perfeito
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Borboleta
O tempo levou-te
e já não te sei encontrar
o tempo levou-te
e não te sei procurar
o tempo levou-te
ou foi o sal do mar?
o mundo levou-te
sem nada me perguntar
Não sei se a mágoa
não sei se o esquecimento
não sei se a água
me terão levado a mim no tempo
Só sei a dor
sá sei o que me deixaste
só sei o calor
dos sorrisos que espalhaste
só sei supor
que do meu te cansaste
e já não sei a cor
da flor que outrora regaste
e já não te sei encontrar
o tempo levou-te
e não te sei procurar
o tempo levou-te
ou foi o sal do mar?
o mundo levou-te
sem nada me perguntar
Não sei se a mágoa
não sei se o esquecimento
não sei se a água
me terão levado a mim no tempo
Só sei a dor
sá sei o que me deixaste
só sei o calor
dos sorrisos que espalhaste
só sei supor
que do meu te cansaste
e já não sei a cor
da flor que outrora regaste
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Porta-te bem D.
A menina sorri ao longe
o baloiço passeia o ar
um balão quase que foge
o vento sopra devagar
o miudo suja o traje
a mãe a esbracejar
o gordinho nem reage
na areia a escavar
o cão que o proteje
levanta só o olhar
Os gritinhos pintam
a felicidade em murais
aqueles que gritam
sorriem demais
Os sapatinhos pretos de verniz
reflectem-nos a nós
Tu sorris
o baloiço passeia o ar
um balão quase que foge
o vento sopra devagar
o miudo suja o traje
a mãe a esbracejar
o gordinho nem reage
na areia a escavar
o cão que o proteje
levanta só o olhar
Os gritinhos pintam
a felicidade em murais
aqueles que gritam
sorriem demais
Os sapatinhos pretos de verniz
reflectem-nos a nós
Tu sorris
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Ama vezes três
Ainda que as letras se sujem
Mesmo que as palavras se amarguem
Até se as frases apodrecerem
Ainda que todos os livros ardam
Mesmo que os dedos do mundo se partam
Até se todos os escritores morram
Ainda que a terra se esqueça do calor
Mesmo que o universo seja só dor
Até assim eu te poderei escrever,
Amor.
Mesmo que as palavras se amarguem
Até se as frases apodrecerem
Ainda que todos os livros ardam
Mesmo que os dedos do mundo se partam
Até se todos os escritores morram
Ainda que a terra se esqueça do calor
Mesmo que o universo seja só dor
Até assim eu te poderei escrever,
Amor.
sábado, 5 de janeiro de 2008
Medo Desmedido
Berra aos ouvidos de toda a gente
cospe na cara do mundo doente
rasga do pescoço a pesada gravata
larga no chão a dor barata
O medo, o medo
queima e teima
pinta o olhar de azedo
fuma e exuma
todo o desprezo
derrama e inflama
no peito o apego
Queima as pestanas numa embuscada
mata a felicidade numa pancada
deixa em ti tudo fodido
fica a ecoar só o som de um ganido
cospe na cara do mundo doente
rasga do pescoço a pesada gravata
larga no chão a dor barata
O medo, o medo
queima e teima
pinta o olhar de azedo
fuma e exuma
todo o desprezo
derrama e inflama
no peito o apego
Queima as pestanas numa embuscada
mata a felicidade numa pancada
deixa em ti tudo fodido
fica a ecoar só o som de um ganido
Medo Medido
Ferra os dentes no sol quente
cerra os olhos no olhar que mente
Enche o peito do fogo que mata
deixa no chão a verdade que falta
O medo, o medo
rói e corrói
treme em segredo
moi e remoi
e tudo pinta de negro
doi e destroi
e não deixa em sossego
Bate as palpebras em retirada
respira fundo de dentro do nada
fecha em ti o mundo branco perdido
elimina do som todo o ruído
cerra os olhos no olhar que mente
Enche o peito do fogo que mata
deixa no chão a verdade que falta
O medo, o medo
rói e corrói
treme em segredo
moi e remoi
e tudo pinta de negro
doi e destroi
e não deixa em sossego
Bate as palpebras em retirada
respira fundo de dentro do nada
fecha em ti o mundo branco perdido
elimina do som todo o ruído
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