terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Noite imensa

Cartas do meu fundo
amontoam-se no mundo
As velas que em mim ardem
são os olhos de quem perdi

Fumo revolta-se
o céu aclara-se
a fé que me deixaram
cai na terra com a dor

Ouço um dia
cheiro a tarde
perdi-me da cor que guia
já não sinto estrada

Tudo é escuro
e sem sentido
o chão duro
e partido
o suor puro
escorrido
queima o futuro
já ardido

E o vento sobe
chove
a lua chora
e cai
o ceu triste e negro
deixa no chão
a vida imensa

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