segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Praia

Chegar e palmilhar a areira
sentir nos lábios a maresia
Os olhos cerrados temem a poeira
os ouvidos rodopiam na poesia

os dedos percorrem a linha do mar
os corações batem desefreados
a lingua parece ficar sem ar
o peito troca recados

O amor enche o céu de vermelho
os pés enrolam-se nas ondas
e os dedos amarrotam-se de velho

Até que toca o sino das lendas
deitas-te e o sol enche-te de calor
e eu guardo-te no meu amor.

2 comentários:

styska disse...

silêncio

odlncdc*

linfoma_a-escrota disse...

peço perdão antecipado pelo pekado que estou prestes a cometer:

Sofreu recepção díficil sob indóis com
vento ameno que desconcentra a respiração,
é de louvar mesmo assim, cuspiu a cortizona
imediatamente sem desatinos monotónicos
no auge de aceitar a bandeira ondulada;
tais ríspidas pressões exdrúxulas
inspeccionam espoliações na comunicação
e é com jogadores em campo que inflaciono
tamanha rutilante ressaca regrávida.

Descrevo a pancada súbita na pele
que despertou esta errância alternada
entre anestesia vitoriosa e sons manhosos,
estava tão sossegado, tanto quanto Jorge
Palma esteve tórridas vinte-e-quatro horas
seguidas sem dormir, reinvindicando comida;
veterano projecto de personificar a piedade à
cesariana iniciada nas hostilidades das vertigens
que endoidecem cutâneos escorbutos ensombrados,
talvez, sempre talvez, aí reside a infracção
centríFuga dos glóbulos em camisa de forças.

Ao mamífero converge o nutriente de
vaca que mastiga porco triturado quando
pariu uma nação marinada sem mensagem
subentendida, esbatem-se subreptícias as
oportunidades, após abandono do loquaz.

Olho-me fixamente pelas fendas de
outro corpo inesperado, encostados
à esquina sobrelotada do desvario,
esfumam-se depenados frente à esplanada
encurralada na proveta da metadona
que repudia granjeares invertebrados,
serás sexy bronzeada de cega a tarde inteira?

Voltarás a despejar protótipos de diálise ou
esquecerás enojada possíveis sonatas devoradas?

Pressupõe-se que viste meu maior receio,
mantendo os incisivos condensados – assim –
tosses atenção e fungarás bruxas semi-nuas
lambendo Magia restricta a hediondos movimentos;
subtilmente, viciosos bolsos adocicam cocktails
que quase conseguem estancar o néscio néctar
entupível a cada saída, em dois dias a bola endurece,
não demora despertar e ofusca risos remetidos do
que depreendes ao ler, não tentes é compreender ou
dióspiros serão mal cortados entre espasmos ressentidos
pelas distracções que não contagiam, prefiro gnóstico
arrastar a aberração castrando aparas anteriores,
agarro esse postigo formidável que esquecido
voltará no trago do chocolatinho diário, ontem também
olhei às arrecuas, abruptas retrospectivas da tradição.

Se o impedes, voltará para ficar granulado,
não se denota nenhuma presença inoportuna
quando assassinas o labrador com um pontapé
na papada queixosa, desafios no desfiladeiro
apreciado pela servidão invejosa que beneficias;
comprar a máscara mais cara de super-herói
banhista engasgado em belezas agorafóbicas,
como anzol em resposta à singularidade
cordial que realejou, lançando-se na escuridão
até chegar o ortodoxo processo da necrologia.

Emergi e devolvi-te ao teu fiancé que,
por pouco, não se casava era comigo,
não precisei de explicar nada, muito longo,
ele sabia que teríamos um dia nossa saída
para sorrir da injunção inusitada no altar
mas, quero voltar é ao início, consigo ver-me
lá, a reescrever modifico todo o rascunho
com a mania de contrariar o que é simples,
porque o porvir são vocês, os volleybolistas
que nenhuma duna impedirá de decidir qual
será o patrão a subsituir prozac por percodan e
vereis a meta aproximar-se do texto, incessante
cauteleiro das plaquetas que sobram no lance –
exasperado sobressaltas – da telepatia universal.


in quimicoterapia 2004


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