De costas voltadas á cidade
lembro-me dos anos passados
deixo cair em mim a saudade
sorrio ainda de olhos molhados
Flutua no vento a efemeridade
amontoam-se no chão voos falhados
ouve-se ao longe a voz da amizade
choro ainda de lábios esticados
Pesa-me nos ombros ainda a idade
que me agarra de dedos cravados
e deixa no ar o cheiro da verdade
Vejo-vos agora de olhos fechados
espero paciente a nova claridade
e o calor de um verão de dias ousados