domingo, 1 de março de 2009

Bandido

De dentro surge a ideia
De fora o tempo esbate-lhe
perdê-la para sempre na teia
ou deixar que se espalhe

No meu corpo de ideias surradas
Na minha cabeça de mãos amarradas
O esquecimento da lembrança
de escrever ainda criança.

Tirar de mim o prazer
de finalmente me ler

Falta-me o papel impresso
o texto a negro num fundo branco
o titulo de espanto
o livro de regresso

Quero-me ver nas livrarias,
quero sentir-me artista
para que exista
para essa cadeira que dizias

Poemas sem um poeta
como saídos de uma mãe incerta
Orfãos de pai e papel
Fartos de um mundo cruel

Poemas de um bandido
Que canta só e perdido
Coberto de penas e alcatrão
Á espera de uma só mão

3 comentários:

styska disse...

a cadeira está lá à tua espera.

Anónimo disse...

É muito belo este poema. Tem sonoridade, ritmica, harmonia, tem sentimento. Muitos parabéns!!!!
Gosto muito, muito, muito...

Mamy

Gui disse...

pensei que já tinha comentado este...gostei muito imenso sabes?

Também te quero ver nas livrarias, ansiosa por isso:)

Rei.