terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pátria familiar

Apareceste-me depois de alguns meses de silêncio. A tua
aparência de bebida fresca e simples de verão enganou-me de
novo e deixei-te entrar com todo o sorriso. Sentaste-te e
sentamo-nos, sorrindo o sol. Era sol, eras sol. Ainda.
Conversamos, ouvi-te e repeti-te, sabendo algumas palavras
de cor. Ainda. O teu sorriso de piano ia-se espalhando pelo
ar, e como um acenar de lenço largas desenfreada a partir-me
todos os cristais, vidros e janelas. Fecho os olhos com medo
dos vidros. Canto com a boca fechada de vergonha.
Tu espalhas cacos pelo chão, sem sinais de parar. Ainda. Fecho os olhos
respiro fundo, e tu fecha-los comigo e respiras sem mim. Voltaste,
e desta vez trouxeste as letras contigo. A altura é que talvez não seja a melhor.
Ainda. Talvez se arranje. Talvez te escreva. Ainda.

1 comentário:

styska disse...

escreve, por favor. escreve.