A cidade cinzenta afigura-se
aos pés de gente sem caminho
De costas viradas ao céu
Inclinam-se as cabeças
e olhos, no chão
De medos cobertos em breu
Inclinam-se incertezas
e gelo, no coração
A cidade ao contrário
Engendrada sem edifícios
Um rio perdido no tempo
uma calçada perdida, na água
Uma ilha de gente e cimento
um choro, um constante lamento
sem olhar, vazio por dentro
perdido nos dias, no tempo