Ontem quis ser pintor, actor
quis deixar as palavras de lado
ser realizador, cantor, performer
não precisar de parágrafos nem pontos
pousar as palavras na secretária
e escrever com tintas ou filmes ou notas
mas o que são notas se não palavras
o que é a vida se não uma palavra
gigante
e por isso guardo nos dedos
o gosto de novo de ser palavras
de cantar, filmar, representar
palavras de mim
fazer delas notas, planos, cores
e fazer de mim todos esses escritores.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
domingo, 13 de abril de 2008
Receita
Corta-se o vento
em pesados urros
tritura-se o tempo
juntam-se sussurros
Espalha-se o medo
Desfaz-se a alma
Acaba-se o dia cedo
Agita-se bem a calma
Cobre-se toda a luz
Coze-se o corpo inteiro
e o panico que produz
Enfeita-se com receio
Corta-se às fatias em cruz
e esmurram-se no meio
em pesados urros
tritura-se o tempo
juntam-se sussurros
Espalha-se o medo
Desfaz-se a alma
Acaba-se o dia cedo
Agita-se bem a calma
Cobre-se toda a luz
Coze-se o corpo inteiro
e o panico que produz
Enfeita-se com receio
Corta-se às fatias em cruz
e esmurram-se no meio
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Negro e Solitário
eixaste-te partir num comboio
e eu não sei do teu sorriso
ainda ontem o teu peito
sonhava o mesmo sonho
tão negro e solitário
Deixas as palavras guardadas
num livro, numa arca fechada
e o calor do teu olhar quente
foge e eu gelo-me para sempre
num poço negro e solitário
Os meus olhos são poços fundos
os meus olhos são globos imundos
os meus olhos secam-se e choram
os meus olhos ficam negros e coram
num sono negro e solitário
Ainda não acordei da manhã
de inverno que se instalou
ainda não soube olhar
sem a lágrima toldar-me a vista
sem o amor negro e solitário
Deixa-te ficar na inércia do sentir
deixa-te sonhar no sono sem sonho
deixa-te cair na almofada dura e seca
deixa-te usar como instrumento sem uso
tu que sou eu, negro e solitário.
e eu não sei do teu sorriso
ainda ontem o teu peito
sonhava o mesmo sonho
tão negro e solitário
Deixas as palavras guardadas
num livro, numa arca fechada
e o calor do teu olhar quente
foge e eu gelo-me para sempre
num poço negro e solitário
Os meus olhos são poços fundos
os meus olhos são globos imundos
os meus olhos secam-se e choram
os meus olhos ficam negros e coram
num sono negro e solitário
Ainda não acordei da manhã
de inverno que se instalou
ainda não soube olhar
sem a lágrima toldar-me a vista
sem o amor negro e solitário
Deixa-te ficar na inércia do sentir
deixa-te sonhar no sono sem sonho
deixa-te cair na almofada dura e seca
deixa-te usar como instrumento sem uso
tu que sou eu, negro e solitário.
Little Princess Girl
Do desenho já não lembro a cor
Do sorriso lembro só o calor
É do cantar que lembro o amor
É de ti que eu lembro o interior
Da ida quase não lembro
Só às flores eu entendo
que sequem em setembro
espalhando-se pelo tempo
Ninguém te permitiu fugir
mas a ousadia deixou-te ir
deixou-nos o negro para sentir
Mas o negro não querias
a queimar-nos alegrias
e por isso sorrio, como tu sempre sorrias.
Do sorriso lembro só o calor
É do cantar que lembro o amor
É de ti que eu lembro o interior
Da ida quase não lembro
Só às flores eu entendo
que sequem em setembro
espalhando-se pelo tempo
Ninguém te permitiu fugir
mas a ousadia deixou-te ir
deixou-nos o negro para sentir
Mas o negro não querias
a queimar-nos alegrias
e por isso sorrio, como tu sempre sorrias.
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