Chegar e palmilhar a areira
sentir nos lábios a maresia
Os olhos cerrados temem a poeira
os ouvidos rodopiam na poesia
os dedos percorrem a linha do mar
os corações batem desefreados
a lingua parece ficar sem ar
o peito troca recados
O amor enche o céu de vermelho
os pés enrolam-se nas ondas
e os dedos amarrotam-se de velho
Até que toca o sino das lendas
deitas-te e o sol enche-te de calor
e eu guardo-te no meu amor.